Fone: 49-32232664 Cel.: 49-84051208

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20.6.13

PRIMEIRO PRETEXTO SINGULAR SESC - ARTISTA VERA MELIM


ESSA MOSTRA, PINÇA ASPECTOS DE MUITAS OUTRAS MOSTRAS
 QUE REALIZEI   AO LONGO DOS ÚLTIMOS ANOS 
COM O OBJETIVO DE PROVOCAR REFLEXÕES 
SOBRE A RELAÇÃO HOMEM E NATUREZA.

REPORTAGEM DA EXPOSIÇÃO NO CORREIO LAGEANO

                          É UMA MOSTRA: TESE, ANTÍTESE E SÍNTESE


PARA POSTERIDADE
A tese:  A mega produção de resíduos sem destino reciclável e sem destino sensato.
PLANTADAS PELO VENTO
A antítese: A generosa produção natural  nos - cada vez mais raros - espaços 
onde o homem ainda não ocupou.
PAVÊ
A síntese: A utilização de elementos naturais sem corrompe-los  de nenhuma forma e com a devolução intacta à sua origem.

PLANTADAS PELO VENTO

PAVÊ

ENTRESONHOS (VIDEO) 

FERNANDO BOPRE E VERA MELIM

NÃO CÁLICE

O PRESENTE DO PASSADO


ENTORNO

RUDIMAR CIFUENTES E VERA MELIM

NÃO CÁLICE


PLANTADAS PELO VENTO(DETALHE)

PARA POSTERIDADE

VERA MELIM E FERNANDO BOPPRÉ

VERA MELIM E FERNANDO BOPPRÉ

PAVÊ (DETALHE)

VERA MELIM E RUDI CIFUENTES

O PRESENTE DO PASSADO








CONVITE AOS PROFESSORES DE ARTE ESTENDIDO A TODOS OS DEMAIS




CONVITE AOS PROFESSORES DE ARTE
 VERA MELIM
19.06.2013
Algo que me inquieta muito nas práticas docentes — em alguns casos obviamente—é a relação professor - aluno.  E surge, a partir de observações realizadas e comentários  de fatos reais vividos em sala de aula que ouço de colegas, pais ou mesmo de alunos, por ser a docência o meu meio profissional.
            Entendendo que, em todas as instâncias da educação devemos e até tratamos dessas questões por ser uma preocupação geral e que vem de longe. No entanto, observo que ainda é um assunto para ser aprofundado e refletido com mais seriedade e consciência, visto as consequências negativas que geram.
 A docência é de fundamental importância na formação do ser humano como todos sabemos. Tanto quanto aos conhecimentos específicos, como na formação da personalidade dos educandos, pois determinará o comportamento no futuro, para enfrentar todos os desafios que a vida  apresenta. 
            Tímidos, revoltados, com obediência inteligente ou obediência cega pelo temor; pró-ativos ou submissos, etc. Muitos desses traços enraízam-se  na personalidade das crianças e adolescentes devido ao tratamento recebido pelas “autoridades”, com as quais devem conviver em seu meio: Pais, professores e todos os adultos que,  por longo ou curto tempo, os têm sob seus cuidados. Mas, nesse caso quero restringir-me à responsabilidade do professor, por ser esse - como já disse -, o meu meio profissional.
Para ampliar nossas reflexões a respeito da relação professor aluno, recordemos dos nossos professores, e de como fomos tratados. Basta, que para isso recordemos de quantas atitudes deveríamos, ou queríamos ter tido e não tivemos por temor ao professor, por medo de ser envergonhado diante dos demais ou ser motivo de represália.  Sei que quando se leia o que aqui escrevo, haverá quem pense logo no comportamento inadequado, maroto ou revoltado do aluno, e que esse é o motivo que justifica o mau tratamento do professor para com o aluno.
 Mas...será que justifica mesmo? Se assim for, quem deve tomar a iniciativa, e reiterar essa conduta até que seja “normal”, a de cultivar o diálogo cordial, discreto, respeitoso  e individualizado se necessário for :  quem ensina ou quem aprende?
Parece haver  um pensamento generalizado, de que disciplina, atenção, interesse e participação nas atividades, só se consegue por meio da brusquidão, de chamados de atenção  diante dos  demais,  sem a preocupação com a discrição que evita tocar negativamente a sensibilidade infantil. 
Sabemos que crianças e adolescentes se importam MUITO com o que os demais pensam de si e tem verdadeiro pavor de “pagar mico”.   Sendo assim, penso que ao chamar a atenção de qualquer criança ou mesmo da turma inteira deveríamos sempre recordar disso. E recordar como fomos e como queremos ser tratados.  Mais ainda, refletir, analisando um tratamento dado a um ou outro aluno, ao colocar-se  em seu lugar. Aprovaria mesmo essa conduta?
 Que impressão  ficaria? Impressão é algo muito forte...muitas ficam para sempre!  Como me sentiria?  Gosto que me chamem a atenção ríspida ou ironicamente diante dos demais?  Tenho o direito de exigir respeito se não dou? O que é mesmo respeito?
Fico imaginando como seria a reação de um adulto, na universidade (meus alunos) se eu os tratasse como algumas crianças e adolescentes (individualmente ou no coletivo), vejo às vezes serem tratados...! Tenho a certeza de que revidariam imediatamente “colocando-me em meu lugar!” E merecidamente! Por que são adultos, sabem se defender, conhecem os seus direitos e os meus limites. Por que têm noção do que é respeito, educação e de como deve ser a relação professor aluno.  Conhecimentos que as crianças e adolescentes ainda não possuem.
Nosso conhecimento específico é a arte. E que conceito temos de arte? Dentre os inúmeros que já tive contato destaco um, com o qual me identifiquei muito: Arte  “[...] é a maestria na execução de uma obra, a máxima maestria na execução de uma obra.” (C.B.G.Pecotche).
 Nossa formação é para exercer a função de mestre, de professor...não seria o caso de elevar nossas práticas também à hierarquia  da arte? E executar com maestria a nossa obra na educação?  Sabemos que a arte tem sido propulsora de grandes mudanças conceituais através da história. Que os artistas, rebelando-se contra imposições, injustiças, opressões, etc. denunciaram e criticaram através de sua arte, promovendo reflexões e até importantes mudanças sociais. E isso evidencia-se até hoje. Mais marcadamente ainda na arte contemporânea.
 Nossa disciplina deveria ser também esse meio, não apenas na mediação dos conteúdos específicos, mas também na “arte de ensinar, na arte de aprender” e na arte de relacionar-se(agora parafraseando Pecotche).
Esse texto não pretende esgotar o assunto; que fique claro também, que não pretende denunciar ninguém; e nem pretende dar a impressão de que observo graves atitudes na relação professor aluno, nos meios em que atuo. Observo sim, atitudes que considero equivocadas nessas relações, mas todas consideradas “normais” nos meios docentes. Mas eu não as considero normais e por isso minha inquietação e anelo de provocar aprofundamento nessa questão que reitero: considero de fundamental importância na docência de qualquer disciplina e em especial na da arte.
 Que seja esse um convite especial aos professores de arte – estendido a todos os demais - para aproveitar esse momento histórico de mudanças que vive nosso país  e levantar a bandeira da relação sempre cordial professor aluno, visando um Brasil melhor.